quarta-feira, 25 de abril de 2007

OS CONDENADOS DE SHAWSHANK:


Título Original:
"The Shawshank Redemption" (EUA, 1994)

Realização:
Frank Darabont

Argumento:
Stepehn King

Actores:
Tim Robbins - Andy Dusfrene
Morgan Freeman - Red
Bob Gunton - Warden Norton
Gil Bellows - Tommy

(Andy & Red)

Andy Dufresne (Tim Robbins) é acusado do homicídio da mulher e do amante desta. Porém é inocente. Chegado à prisão de Shawshank é confrontado com a dura realidade que ali se vive. Assim logo na primeira noite, um dos prisioneiros é espancado brutalmente por um polícia, acabando por morrer. É assim a ordem em Shawshank.
Num período inicial, Andy é perseguido por alguns colegas, nomeadamente pelo grupo de homossexuais que o possuem à força. Mas nem tudo é mau na prisão, conseguem-se algumas amizades. Assim Red (Morgan Freeman) torna-se o seu melhor amigo, e é através deste que se conseguem algumas coisas que não existem na prisão. Deste modo, Andy pede um “picarete” para pedra, de forma a ocupar o seu tempo a esculpir pedras.

Porém, a sua vida na prisão muda quando Andy indica ao brutal polícia a melhor forma de ele conseguir fugir aos impostos. Em troca Andy começa a ter alguns privilégios e até a protecção dos guardas, sendo mudado para ajudante do bibliotecário Brooks (Jim Whitmore). Aí Andy começa a tratar dos assuntos fiscais dos polícias de Shawshank e de outras prisões também. Inclusive começa a tratar dos papéis do director da prisão Warden Norton (Bob Gunton).
A sua vida volta a mudar quando chega Tommy (Gil Bellows). Um dia em conversa Tommy confessa que ouviu, numa outra prisão, um preso confessar a autoria do crime de que Andy foi acusado.

Seguem-se uma série de acontecimentos que conduzem ao final do filme e à inteligente vingança de Andy, após 20 anos de prisão injusta.

Os Condenados de Shawshank é um filme que retracta bem a realidade das prisões norte-americanas durante um período da história. A violência é o que salta mais à vista no início, mas a corrupção acaba por ser o que mais se destaca.
Um filme onde as relações humanas e a condição humana são abordados de forma inteligente e bastante real. A personagem de Jim Whitmore é um exemplo disso.
No final, a esperança é a única que ajuda a que os homens continuem vivos ou pelo menos a que queiram continuar a viver. Uma vida que só tem valor se tivermos uma amizade com quem partilhá-la, uma ideia que está bem patente no final do filme.

Alguns pormenores do filme passam ao lado da maioria dos que vêem o filme, mas inteligentemente isso é feito de propósito de forma a recuperá-los no final.
Os Condenados de Shawshank é isso mesmo, um filme inteligente, uma óptima adaptação para cinema da obra de Stephen King e com excelentes interpretações de Tim Robbins e Morgan Freeman.

in: http://cine7.blogspot.com/2005/04/os-condenados-de-shawshank.html#comments




Não podia ter visto melhor filme numa melhor ocasião... =)
Este filme é simplesmente magnífico...
Brilhante... Aconselho vivamente! =)

quinta-feira, 19 de abril de 2007

CÂNTICO NEGRO

Nunca me identifiquei tanto com um poema como me identifico com este...
Finalmente... Julguei ser uma anormal... Mas afinal, há por aí mais pessoas como eu!!!=)
YUPIIIIII!!!=)
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de José Régio


" Vem por aqui"
- dizem-me alguns com olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse.

Quando me dizem: "vem por aqui"
Eu olho-os com olhos lassos
Há, nos meus olhos, ironias e cansaços
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali.

A minha gloria é esta
Criar a desumanidade !
Não acompanhar ninguém.

- Que eu viva com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre da minha Mãe.

Não, não vou por ai! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vos responde,
Por que me repetis: " vem por aqui "?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por ai...


Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada !
O mais que faço não vale nada.


Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas , e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos ?...

Corre, nas nossas veias, sangue velhos dos avós,
E vós amais o que e fácil !

Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...


Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.



Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...


Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.

Todos tiveram pai, todos tiveram mãe.
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me de piedosas intenções !
Ninguém me peça definições !
Ninguém me diga : "vem por aqui "!


A minha vida é um vendaval que se soltou.
E uma onda que se alevantou.
E um átomo a mais que se animou...

Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!




[José Régio ,Poemas de Deus e do Diabo, p.124]

sábado, 14 de abril de 2007

O Risco


«Leio na vida de Santo Inácio um diálogo entre o fundador dos Jesuítas e o padre Lainez que é profundamente esclarecedor:
- Se Deus, pergunta Santo Inácio, lhe propusesse este dilema: ir agora mesmo para o céu assegurando a sua salvação, ou continuar na terra trabalhando pela Sua glória e comprometendo assim cada dia a salvação da sua alma, o que escolheria?
- O primeiro, sem dúvida, responde o padre Lainez.
- E eu, o segundo, replica Inácio. Como acredita que Deus vá permitir a minha condenação, aproveitando-se de uma prévia generosidade minha?
*
Estou, é claro, com S. Inácio. Estou pelo risco e contra a segurança. Sou pela audácia e contra o comodismo. Julgo mais humano o atrevimento que a renuncia sistemática ao combate.
O risco é a parte substancial da condição humana. Não se pode fazer nada de sério neste mundo sem se expor, muitas vezes ao fracasso. E a única maneira de não se equivocar – ou de se equivocar sempre – é renunciar a toda a aventura por pura covardia.
Creio que a obsessão pela segurança é um dos mais graves obstáculos para a realizar uma vida. Não excluo, claro está, a prudência, a reflexão antes da acção, o saber escolher as melhores circunstâncias para a empreender. Mas a falsa prudência que acaba por ser paralisante é insuportável.
Por isso sinto pouca simpatia por aqueles que colocam a segurança como o maior valor da vida. Às vezes vêm jovens interrogar-me sobre a sua vocação e perguntam: como estarei eu “seguro” que Deus me chama? A estes respondo invariavelmente: não tens vocação e nunca a terás enquanto partires do conceito de segurança. Em toda a vocação, em todo o empreendimento há uma componente de risco. E o que não for capaz de se arriscar um pouco por aquilo que ama, é porque não ama nada. Todas as grandes coisas são inseguras; vêem-se por entre as trevas; é necessário avançar para elas por terreno desconhecido; por isso, toda a vocação, toda a empresa séria, tem algo de aventura, de aposta. E implicam audácia e confiança.
Não estou apostando naturalmente na irreflexão, na frivolidade, no aventureirismo barato. O que quero dizer é que todo o amor supõe um salto no escuro: a gente lança-se para aquilo que ama e está certo que esse salto não será uma loucura, porque ninguém se engana quando vai para aquilo que merece ser amado.
A vida merece ser amada. E merece-o apesar de sabermos que nela haverá muitas quedas e muitos tropeços. Mas quem tiver medo de tropeçar alguma vez, não se levante da cama pela manhã. Assim evita sofrer. Porque já está morto. »


Na esperança que nenhum de vós esteja morto...
E na esperança... Que eu própria ganhe VIDA!!!=)

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Soma e Segue...

Tenho a informar que a nossa Via Sacra foi um sucesso e por isso quero agradecer a todos os intervenientes...
Comentários como: Cada ano está melhor!!

Fazem-nos sorrir por ver o nosso trabalho recompensado, dão-nos força e argumentos para continuar a trabalhar! =)

Espero que tenham tido uma Boa Pascoa! =)

Ressuscitou...



A Escada...

Há muitos, muitos, muitos anos atrás eu vi um filme na RTP1 que me marcou pela Esperança, pela Confiança, pela Audácia, pela Luta... Retratava a vida de uma freira que tudo fez para construir uma Capela... Mas a capela não tinha acesso ao Coro...
A freira falou com várias pessoas para que tentassem arranjar alguma forma de tornar viável a subida mas... Ninguém a conseguia ajudar... Num dos seus acessos de raiva a freira vira-se para um senhor e diz-lhe: O seu coração é como a minha capela: Vazia!! (porque a freira comprometeu-se a só inaugurar a capela quando ela tivesse completamente feita e enquanto não havia escada, a capela estava vazia: não havia oração, não haviam cânticos e não havia Jesus Cristo no Sacrário...)



Cidade de Santa Fé, estado do Novo México, Estados Unidos. Lá, um mistério que já dura 130 anos atrai fiéis e turistas. Destino: Capela Loretto. Cerca de 250 mil visitantes por ano procuram a capela em busca de uma resposta. O que torna a capela diferente de todas as outras é que o personagem do suposto milagre ocorrido nela é uma escada.

“Pode ser que exista algo de milagroso, porque a escada foi construída em pouco tempo, com pouco equipamento”, explica uma visitante. Quando a capela ficou pronta, no fim do século 19, as freiras sentiram falta de uma escada que as levasse até o pavimento superior. Elas passaram nove dias rezando para São José, que era carpinteiro.



Um desconhecido bateu na porta da capela no último dia. Disse que era carpinteiro e que poderia dar conta da tarefa. Ele construiu, sem ajuda de ninguém, a escada que é considerada um prodígio de carpintaria: ninguém sabe como ela ficou de pé. A escada não tem um suporte central. Depois, o carpinteiro - que não usou prego nem cola para construir a escada - desapareceu sem deixar vestígios. Nem esperou para receber o pagamento.


Uma lenda nasceu na cidade de Santa Fé, que passou a acreditar que o carpinteiro na verdade era São José, enviado por Jesus para atender as súplicas das feiras. Desde então, a escada passou a ser chamada de “milagrosa”, e tornou-se ponto de peregrinação e atracção turística.

“Há três mistérios aqui. O primeiro mistério é que não se sabe, até hoje, quem é o homem que construiu a escada, a portas fechadas. Segundo mistério: arquitectos, engenheiros e cientistas dizem que não entendem como a escada se equilibra. E o terceiro mistério: de onde veio a madeira? Já fizeram análises e não existe nada parecido em toda a região”, explica o porta-voz da igreja. Um detalhe só reforçou a crença no suposto milagre: a escada tem 33 degraus, a idade de Cristo. O caso nunca foi investigado pelo Vaticano, mas a lenda ganhou vida. A cada ano, cerca de 200 casais escolhem a capela e a escada como cenário de casamento.