quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Aborto... Já estou farta!!




Como todos sabem sou apologista da VIDA! E acho que nisto estamos todos de acordo...
Agora existem fenómenos aos quais não nos podemos alhear...

Agora e sem ironias, mas com alguma graça, vou expressar o que sinto no que diz respeito a este assunto!

Na sociedade de hoje o ínicio da actividade sexual é cada vez mais cedo.
Quem é responsável para ter relações sexuais, não é responsável para depois arcar com as consequências?! Pelos vistos, parece que não, vamos assim liberalizar o aborto e quem sabe torná-lo de tal forma rotineiro que pareça quase "normal".
(Piada: Já fizeste o teu aborto este ano? Não? Porquê?)

Por outro lado eu tenho consciência que não domino a vida de ninguém (nem pretendo!). As pessoas deverão saber o que é melhor para elas...
Eu não condeno nenhuma mulher pelo facto de ter feito aborto... Isso é uma decisão per si demasiado dificil (pelo menos, para mim seria) ao contrário daquela senhora que foi a tv dizer que já tinha feito 4 abortos... Parabéns à senhora!! Pela ignorância, pela inconsciência, pela irresponsabilidade. Um aborto, têm de concordar comigo que pode acontecer (como disse anteriormente, não condeno), mas 4??? Enfim, apetecia-me chamar-lhe nomes feios mas contenho-me!

Este é o meu medo, é que se torne recorrente. Meus Senhores, falamos de VIDA, por muito que seja um feto!! Um feto onde bate um coraçãozinho, pequenino... Mas hoje para tomarmos esta decisão, tivemos TODOS de passar pelas 10 semanas...
Mas não se esqueçam é crime a partir das 10 semanas.
(Ridiculo: Como é que eu sei que estou nas 10 semanas e um dia? Os próprios médicos não sabem com precisão... Vai haver praí muito crime na mesma, a lei vai continuar cega.)

É preciso não esquecer que temos uma lei que nunca condenou nenhuma mulher...
Existe já uma lei, que contempla casos limites e justificativos para interromper uma gravidez. Que contempla o essencial, que eu aceito:
Casos de deficiência do feto;
Perigo da vida da mulher;
Caso de violação;

E os danos psicológicos das mulheres? Estão comtemplados? Na velhice a maioria das mulheres sentem-se sós, olham para jovens ou adultos e perguntam-se... Como seria a cara do meu filho? Seria assim?!..
(Isto é verdade, lembro-me duma amiga que visitou um lar de idosos e a senhora ofereceu-lhe um dos seus livros, escrito pela própria, todo em honra "Daquele que eu não deixei viver!"...
"Olho e vejo-te em toda a parte... Hoje pergunto-me como seria a tua face se te tivesse deixado viver..")



Recapitulando, a pergunta do referendo divide-se em três:
Aborto livre até às 10 semanas;
Vontade da mulher;
Em estabelecimento legalizado público (Serviço Nacional de Saúde)

Passando para o segundo tópico... Vontade da mulher... No Prós e Contras houve um senhor que disse: "E devia ser vontade de quem?" Pois eu sou da opinião que a mulher não aparece milagrosamente grávida... Se são preciso "dois para dançar o tango", acho que estas decisões devem também ser tomadas em conjunto.

Num estabelecimento público... Pois antes aí que num sitio qualquer, mas...
(Piada: Economicamente falando isto é absurdo, eu não vou ter quem me financie a Segurança Social, que já deve estar falida quando eu precisar de reforma, e eu vou com os meus impostos pagar uma coisa que discordo? Vou financiar a morte? Eu, apologista da vida?!)
Fui a um debate neste âmbito e lá estava um Senhor que pediu a palavra e disse mais ou menos isto:
"Eu não conseguia ter filhos. Eu e a minha mulher estivemos práticamente 12 anos a "trabalhar" para isso, com custos para tratamentos de fertilização. Depois, finalmente conseguimos. Agora estão-me a pedir para eu, com os meus impostos pague para matar o que nós, eu e a minha esposa, desejamos ardentemente conceber? Como posso eu estar de acordo?"
Depois disto fiquei a pensar...

Todos sabemos que há famílias muito pobres, essas deveriam ser acompanhadas e ajudadas.
No mesmo Prós e Contras, houve um menino que disse ser filho duma mãe pobre (só falou da mãe), estava numa escola de regime interno (penso eu que deve ser tipo Casa Pia). Que aceitava esse facto já que tinha consciência da mãe ser pobre e não conseguia sustentá-lo. Referiu que tinha muito orgulho na mãe e que ia fazer tudo para a mãe ter orgulho nele.
Disse e muito bem que se a lei estivesse em vigor na altura que o melhor que os médicos teriam a oferecer á sua mãe era o aborto e ele naquele dia não estaria ali para dar o testemunho.Falou mais alto: "GOSTO DE VIVER e sou grato à minha mãe por me ter permitido isto."

(É bom que saibam que estes testemunhos eu ouvi-os, por isso escusam de estar a pensar: Ok, música para os meus ouvidos!)

Como diria o Yah: Então é melhor deixar as crianças nascerem e serem abusadas sexualmente, e depois vermos os infractores a irem 5 anos para a cadeia? Ou nascerem sem ser amadas?
E eu respondo, então e "matamos" quem não tem culpa? Nós é que somos os que têm comportamentos desviantes e eles é que pagam?! Oh Yah, não me parece muito justo...

E o que fazer? Deixar igual? Ou fazer alguma coisa para mudar?
Pois eu voto: Não!
Não porque negligencie a morte das mulheres, nada disso... Mas porque o que está em causa é muito mais do que despenalização é liberalização!
Não me sinto Deus para decidir sobre a vida...

Mas banalizá-la também não é o que pretendo!

Acho que é melhor esperar por uma lei que realmente dignifique o ser humano. Os recursos deviam ser para atacar o problema no inicio e não no fim. Devem construir-se melhores estruturas de apoio à familia, reestruturar a Assistência Social, melhorar orfanatos e pôr pessoas em condições a dirigi-los, melhorar as leis de adopção... ... Há muito para fazer...

Abortar não é solução...


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